A hipótese dos “deuses astronautas”, que interpreta os relatos de divindades em culturas antigas como contatos com seres extraterrestres, ganha nova perspectiva à luz da comunicação não-verbal. Se imaginarmos os Elohim bíblicos como visitantes cósmicos, a barreira linguística imposta pela variedade de idiomas humanos (hebraico, egípcio, sumério, etc.) poderia ser superada por um sistema de comunicação universal.
A Sinestesia Cósmica:
Imagine que a comunicação Elohim transcende o som articulado, baseando-se em experiências sensoriais multimodais e universais. Ao invés de palavras, eles manipulam a própria realidade percebida pelos humanos, criando um tipo de “sinestesia cósmica”. Alguns exemplos:
- Manipulação Atmosférica: Padrões climáticos incomuns, auroras boreais artificiais, formações de nuvens específicas poderiam transmitir mensagens simples, como presença, advertência ou aprovação.
- Estimulação Sensorial: Os Elohim poderiam evocar sensações táteis (calor, frio), visuais (fosfenos, padrões geométricos) ou auditivas (infrassons, ultrassons) diretamente no sistema nervoso humano, transmitindo conceitos básicos e emoções.
- Biomanipulação: Imagine a capacidade de estimular o crescimento rápido de plantas em padrões específicos, formando mensagens visuais complexas e duradouras, compreensíveis a diferentes culturas.
Arquétipos Universais:
A eficácia dessa comunicação sinestésica residiria na evocação de arquétipos universais, presentes no inconsciente coletivo humano, independente da linguagem:
- Geometria Sagrada: A aparição de objetos luminosos dispostos em padrões geométricos complexos, como mandalas ou sólidos platônicos, poderia evocar conceitos matemáticos e espirituais profundos.
- Simbolismo Natural: Eventos astronômicos específicos, o comportamento de animais considerados sagrados, ou a manipulação de elementos como fogo e água, poderiam transmitir mensagens de acordo com crenças comuns a diversas culturas.
Legado na Cultura Humana:
Essa hipótese explicaria:
- Estruturas Monumentais: A construção de pirâmides, zigurates e outros monumentos alinhados com precisão astronômica poderia ser inspirada pela necessidade de enviar sinais visuais aos “deuses”, ou mesmo servir como receptores para as mensagens cósmicas.
- Iconografia Religiosa: A recorrência de imagens como sóis radiantes, olhos oniscientes, serpentes entrelaçadas, poderiam ser interpretadas como tentativas humanas de representar as experiências sensoriais evocadas pelos Elohim.
- Narrativas Míticas Similares: As narrativas de deuses que descem dos céus em carros de fogo, realizam prodígios e deixam mensagens enigmáticas para a humanidade, presentes em diversas culturas, ganhariam um novo significado.
Conclusão:
A hipótese da comunicação sinestésica entre Elohim e humanos, embora especulativa, oferece um modelo fascinante para compreender o contato interespécies em um contexto pré-tecnológico. Ao combinar conhecimentos de neurociência, antropologia, arqueologia e linguística, podemos lançar luz sobre os enigmas do passado e expandir nossas próprias concepções sobre a linguagem e a comunicação.
É importante salientar que esta hipótese não busca substituir explicações religiosas ou históricas, mas sim oferecer uma perspectiva científica complementar, estimulando o debate e a busca por evidências que possam corroborar ou refutar essa fascinante possibilidade.